06 setembro 2013

“ O All Star azul e desconfortável.”

Talvez aquele pudesse ser o nosso primeiro encontro oficial, ou até mesmo um daqueles finais de tarde em plena quarta-feira chata de ansiedade. Ansiedade pelo teste de matemática no dia seguinte, e eu ainda nem se quer abrir meu caderno para ver se conseguiria entender tudo sobre “ trigonometria ” em apenas alguns instantes. Tudo que o meu professor disse durante toda a unidade, e eu lá, escondido e escorado na parede com o fone de ouvindo desenhando algo e pensando em outra coisa fora do assunto. Melhor: fora da escola.

Não queria desperdiçar aquela tarde só para estudar matemática porque, afinal, eu odeio matemática. Antes, até a 8ª série (9º ano), eu amava porque tirava a dúvida da pessoa que hoje me faz tirar dúvidas do porque que não me ama, ou ainda não quis ficar comigo, ou... sei lá. Hoje não. Hoje eu simplesmente deixei-me de importar para alguma coisa. Coisa que poderia até mudar minha vida daqui pra frente, mais que ainda não vi resultado algum.

Perguntei se queria tomar sorvete- você ama sorvete- e você disse que não. Confesso que pensava que achava tudo sobre você. Talvez pudesse está enganado, ou, você simplesmente negou porque estava resfriada. Senti na sua voz um pouco rouca. Poderia ser isso. Logo mais adiante havia um homem segurando um ferro cheios de balões coloridos e algodões doces. Não sou do cara romântico. Pensei em não te oferecer nada mais, além do meu beijo, e sentar no banco de frente da lagoa para ver aquele sol sumindo devagar fazendo meus olhos ficarem amais fechados do que aberto. Talvez eu tenha Miopia, ainda não tive a “coragem” de fazer um exame para ver isso. Então, meio sem graça e tímido, perguntei se queria um algodão-doce. Você aceitou e logo mandei você me esperar, ali mesma, parada, parecendo uma estátua louca pra ganhar alguma merreca.

Me dê um algodão-doce, por favor? E... Me dê esse balão em forma de um coração.

Pois não, aqui. Obrigado.

Valeu, valeu.

Você me olhou com uma cara de que eu estava fazendo ela passar um mico na praça. Aquele algodão-doce rosa tudo bem, mais aquele balão extremamente grande em forma de coração seria demais. Muito pelo contrário. Você sorriu e com um jeitinho meigo disse:
Obrigada, adorei o balão.

Uffa... Melhor. O pior naquele momento não era as horas se passando e até naquele momento nada de rolar algum beijo, mais o meu all star, que me incomodava. Pra mim, tênis, sapado, ou o que lá que seja, só em uma festa de classe, que você é praticamente obrigado a calçar para não sair feio de ‘havaianas’ nas fotos que no dia seguinte estaria na estante da sala do autor da festa. Queria logo um beijo, e conseguir. Agora o sol não estaria presente. 
Talvez existisse alguma estrela rodada no céu, ou os mosquitos chupando meu sangue, mesmo sem perceber. Percebendo então, só meu all star, me incomodando cada vez mais, até eu chegar em casa e jogar ele lá no meio do quarto, esperando amanhecer para usá-lo outra vez para ir ao colégio, que por sinal tem teste de matemática, que não saberia nada sobre trigonometria. 


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